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  • Foto do escritor Paul Jemil Antaki Junior

“Empresa não é lugar de terapia.”

Atualizado: 13 de nov. de 2018


Já ouvi essa frase diretamente de pelo menos dois dirigentes de empresas. Acredito que a maioria pense assim.


E concordo com isso.


Empresa é lugar de produção, de trabalho em equipe, de progresso, de resultados. Também é um lugar privilegiado para manifestamos nosso propósito no mundo. Para mim, as empresas e o sistema sócioprodutivo são a fronteira do desenvolvimento da consciência individual e coletiva, onde desbravamos e enfrentamos o desconhecido.


O que está acontecendo hoje em muitas empresas é que os líderes estão mal equipados para lidar com os desafios decorrentes do aumento de velocidade e de complexidade das transformações: o famoso mundo “VUCA” (sigla em inglês para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo). Em consequência, muitos executivos estão tendo problemas de saúde, algo não tão recente assim, e não estão servindo ao propósito da empresa com todo seu potencial.


Seguramente, esses executivos ainda levam dilemas dos aspectos pessoais de suas vidas para dentro das empresas. Outros desafios são exacerbados por lacunas no desenvolvimento de habilidades interpessoais. Procurar uma terapia ou Coaching fora da empresa é com certeza uma boa iniciativa, apesar dos preconceitos (ver o artigo do Valor “Falar sobre terapia é tabu nas empresas”). Isso é um bom começo, mas não resolve a atuação da equipe de liderança como um todo, que é fundamental para que a empresa alcance os resultados que almeja.


É necessário desenvolver os líderes como indivíduos e como equipes, dentro da empresa, e isso deve ser acompanhado pelo desenvolvimento de uma cultura organizacional que no mínimo não impeça esse tipo de iniciativa.

Por que isso é necessário? Por que as questões que estamos enfrentando hoje precisam de outros tipos de inteligência além da inteligência cognitiva. O cérebro não consegue responder adequadamente a muitas das situações ambíguas com que nos defrontamos. Muitas vezes é preciso usar a intuição, tanto individual quanto coletiva. É necessário escutar atentamente as vozes dissonantes da equipe. É necessário compreender erros como parte do aprendizado. É necessário encontrar fortaleza na vulnerabilidade e ter tranquilidade em não conhecer todas as respostas. É necessário ter integridade, ou seja, não comprometer valores. É necessário ter impacto e ter propósito. É necessário ter firmeza e acolhimento. Tudo isso de maneira constante e consistente.


Empresa não é lugar de terapia. Mas se não incorporarmos o desenvolvimento pessoal e interpessoal no dia a dia da gestão e da execução da estratégia, estaremos nos prejudicando como indivíduos e ficando aquém do que poderíamos realizar como empresa.


Paul Jemil Antaki Junior é Integral Master Coach, mediador, analista junguiano, MBA e engenheiro. Trabalha com o desenvolvimento de líderes e organizações que querem lidar melhor com as grandes transformações que estamos vivenciando – mundo “VUCA”. No Brasil e no exterior foi executivo em grandes empresas como Grupo Taca e Vale S.A.

Filho, irmão, amigo, marido e pai.

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